sábado, 24 de maio de 2008

Dia do Índio



Doutora Pankararu



No Dia do Índio a pernambucana Maria das Dores Pankararu, 42 anos, foi dormir sabendo-se a primeira indígena com título de doutorado. Defendeu neste 19 de abril sua tese de Lingüística sobre o Ofayé, língua ameaçada de extinção e falada atualmente apenas por 11 pessoas da etnia de mesmo nome, que vive no Mato Grosso do Sul. Pertencente a um povo – os Pankararu, que vivem na cidade de Tacaratú, interior de Pernambuco – que já perdeu sua língua original, Maria das Dores é particularmente sensível à questão da perda desse fator cultural. Ser pouco estudada e estar ameaçada de extinção eram seus dois critérios para escolha da língua a ser pesquisada.

O projeto de doutorado - defendido na Universidade Federal de Alagoas, cidade onde mora - começou em 2002, com impulso de uma bolsa recebida da Fundação Ford. Ao longo de quatro anos, Maria das Dores visitou e conviveu com os Ofayé, o que já lhe rendeu a produção de um dicionário fonético sobre a língua. O contato com a história da etnia se deu em 2001, em um encontro da Fundação Nacional do Índio, órgão no qual trabalha como coordenadora de atividades e projetos relacionados à educação escolar indígena para os estados de Alagoas e Sergipe. Sua trajetória acadêmica já mostra o gosto por letras, línguas, educação e tradições históricas: graduou-se em Pedagogia, ainda quando morava em Pernambuco, e em História, já em Alagoas. Em seguida, fez mestrado sobre a variação do português na fala dos Pankararu.

Maria das Dores conversou com a Rets na manhã da quinta-feira, 20 de abril, ainda sob o impacto da defesa da tese. Nesta entrevista, ela fala sobre a alegria de ter concluído o doutorado, mostra-se atenta ao contexto atual das lutas indígenas e questiona a lógica das políticas públicas em execução. Funcionária da Funai, critica o presidente do órgão, que em janeiro fez declarações polêmicas sobre a concessão de terras a índios. Quanto aos próximos passos, diz que pretende continuar ajudando os Ofayé a preservarem sua língua, o que incluirá a confecção de um dicionário completo. "Tenho um compromisso político e étnico com os Ofayé", completa.


Rets - Hoje é o primeiro dia após a defesa da tese. A emoção ainda está grande?

Maria das Dores Pankararu - Tô super feliz. É o término de uma fase importante. Agora tem um trabalho de continuidade. Mas ainda estou elétrica, o dia de ontem foi uma correria e bastante marcante, é um ritual grande. O interessante é o reconhecimento e a visibilidade que a questão indígena conseguiu ganhar.

Rets - Aproveitando que você tocou no tema da visibilidade da questão indígena, que importância você acredita que o seu sucesso na defesa da tese pode ter para os povos indígenas em geral? A data de 19 de abril – Dia do Índio – foi escolhida de propósito?

Maria das Dores Pankararu - Acho que um dos principais ganhos é quebrar o esteriótipo, incentivar, com o êxito, os indígenas mais jovens a tomar esse caminho de estudo. Pode ser referência. A escolha da data foi feita pela minha orientadora, aliado ao fato de vários professores da banca só poderem nessa época. O Dia do Índio não é propriamente uma data comemorativa para os povos indígenas. Temos inúmeros problemas que precisam ser melhor pensados, receber mais atenção pelo governo.

Rets - O que te levou a escolher esta língua como objeto de estudo?

Maria das Dores Pankararu - Quando comecei a pensar em me inscrever para doutorado tinha dois critérios definidos: queria que fosse uma língua pouco ou nada estudada e que estivesse ameaçada de extinção. Por um lado, porque para a Ciência é interessante, a fim de ter o registro histórico, permitir comparações etc. Por outro lado, o que é mais importante para mim: se a língua está ameaçada, precisamos trabalhar para tentar reverter. As línguas indígenas merecem isso. Podemos ajudar tecnicamente o povo a manter a língua.

Sou professora da Fundação Nacional do Índio (Funai) e conheci a história dos Ofayé um ano antes de começar o doutorado. Participei de um encontro em Brasília, em 2001, onde alguns técnicos da Funai falaram da dificuldade dos Ofayé, que estavam perdendo sua língua, sua cultura etc...

Rets - Aproveitando o assunto, como é que se consegue salvar um língua como essa, que é falada hoje por apenas 11 pessoas?

Maria das Dores Pankararu - Eu não vou ser a salvadora da língua. Depende dos próprios índios. Depende deles entenderem que a língua tem um papel fundamental, de se sentirem estimulados a falar e preservar a língua, utilizando no dia-a-dia. Os Ofayé são um povo que fala quatro línguas, inclusive o português, que tem sido predominante. Assim, acabam falando mais esta língua que a sua tradicional.

Meu papel é técnico: estimular, conscientizar as pessoas da aldeia, incentivar os pais a falarem em Ofayé com seus filhos, principalmente na fase de aquisição da fala, mostrar que é uma marca de identidade fundamental. Sou muito sensível a isso pois estão passando pelo processo que meu povo passou. Perdemos a língua por causa do contato com o português. Apesar disso, os Pankararu ainda mantêm muitas das tradições culturais.

Rets - Você se torna doutora em um momento em que organizações e povos indígenas acabam de realizar o Abril Indígena, que concentrou diversas críticas das políticas destinadas a essa população, especialmente no que se refere às ações de saúde e de demarcação de terra. De que forma sua tese pode se encaixar e contribuir neste contexto?

Maria das Dores Pankararu - O momento é bom para reivindicarmos. Aliás, devemos sempre reivindicar. As populações indígenas são esquecidas. As políticas públicas de fato não funcionam. Para isso, bastaria a lei funcionar, ser posta em prática. Temos uma Constituição que data de 1988 e até hoje há índios morrendo de fome, são mal atendidos nos serviços de saúde etc. O que o governo tem que fazer é dar as ferramentas para que cada povo se desenvolva segundo seus critérios e costumes. Projetos de cima para baixo não funcionam.

Sou tímida, não estou acostumada a essa exposição que tive recentemente. Mas já que estou tendo o espaço, aproveito para falar que estamos precisando de atenção. Precisa que o governo dê políticas públicas. Precisamos de respostas plausíveis para questões prementes. De certa forma, com o doutorado coloca-se a questão indígena em foco. Se eu puder ajudar a levantar o debate indígena - para as pessoas saberem quem somos, como vivemos, nossos anseios – já é muito bom. Sim, pois existe um esteriótipo grande: as imagens passadas dos índios é sempre na selva, caçando, pescando, como se todos os índios seguissem o mesmo modelo. Ser indígena não é definido pelo fato de onde a pessoa mora simplesmente, se na floresta ou na cidade. O que conta é o espírito de pertencimento, a manutenção e incorporação dos valores e da cultura da etnia. Posso até ser uma decepção para quem defende o esteriótipo de índio predominante.
Rets - Você trabalha na Funai. E o presidente do órgão, Mércio Pereira Gomes, declarou à imprensa em janeiro deste ano que o Supremo Tribunal Federal a impor limites às reivindicações fundiárias dos povos indígenas. Como isso repercutiu no órgão?

Maria das Dores Pankararu - Acompanhei esta história muito en passant, pois estava afastada. Ganhei uma bolsa da Fundação Ford, através do Programa Bolsa [tema da matéria "Novo perfil de lideranças" desta edição da Rets. O link está disponível na área Veja também, ao lado], e fiquei afastada da Funai durante o tempo do doutorado. Não acompanhei de perto, portanto. Pelo que eu soube, essa administração da Funai não está agradando: não há verba pra quase nada, a educação não é prioridade. Declarações desse tipo são lamentáveis pelo fato de ele ser antropólogo, e deve respeito à profissão, e pelo cargo que ocupa.

Quando índio pensa em terra, não é para ter propriedade, vender. Nem é só para subsistir ou se reproduzir biologicamente. É para manter a cultura. No meu povo, por exemplo, chamamos a terra que ocupamos - com seu relevo, árvores etc. – de Palácio dos Encantados, que são os nossos antepassados. Ou seja, eles estão ali representados, nos protegendo. Então, proteger a terra trata-se também de proteger quem nos protege, trata-se da manutenção de um povo. Os indígenas têm toda uma visão cultural da terra, e eu acredito nisso. Cada parte do território tem uma razão de ser. Terra não só tem valor econômico. Tem valor cultural, histórico e econômico.

Não vejo críticas aos grandes latifundiários, que reúnem imensas quantidades de terras – o que não é o caso dos povos indígenas. Meu povo, por exemplo, tem 8.100 hectares demarcados, ao passo que originalmente tinha 12.246 hectares, se não me engano. Essa diminuição se deu para favorecer os coronéis da região. Tem uma briga grande envolvendo a questão. E mesmo hoje em dia, com a área demarcada, ainda há um monte de posseiros. É uma idéia equivocada essa de que tem muita terra pra pouco índio.

E, concluindo, uma declaração dessas, vinda de uma pessoa na posição dele, é um absurdo. E revoltante.

Rets - Quais serão seus próximos passos?

Maria das Dores Pankararu - Sou funcionária da Funai, vou voltar para lá. A Funai infelizmente não reconhece muito esses títulos, nem há um ganho salarial com isso. Acho, sim, que há uma expectativa de uma responsabilidade em cima de mim, no sentido de ter mais voz lá dentro.

Paralelamente, tenho um compromisso grande com os Ofayé, de ajudá-los a manter a linguagem. Há uma proposta de elaboração de um dicionário da língua. Estou estudando essa possibilidade. Eu e a minha principal coloboradora da pesquisa do doutorado, Marilda de Souza, preparamos um material experimental, com o qual ela está ensinando as crianças da aldeia, testando para ver se funciona. Afinal, os Ofayé é que têm que testar, eles é que são os donos da língua. A partir disso vamos melhorar, inclusive para elaborar o dicionário completo. O que já tenho pronto é um dicionário fonético da língua. Vou continuar tentando ajudar a manter a língua viva. Tenho um compromisso político e étnico com os Ofayé.

Maria Eduarda Mattar
20-Abr-2006

http://arruda.rits.org.br/notitia1/servlet/newstorm.notitia.apresentacao.ServletDeSecao?codigoDaSecao=10&dataDoJornal=atual

Links relacionados
Fundação Nacional do Índio (Funai)
Universidade Federal de Alagoas (Ufal)

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Planeta Água

Planeta Água
Guilherme Arantes

Água que nasce na fonte
Serena do mundo
E que abre um
Profundo grotão
Água que faz inocente
Riacho e deságua
Na corrente do ribeirão...

Águas escuras dos rios
Que levam
A fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população...

Águas que caem das pedras
No véu das cascatas
Ronco de trovão
E depois dormem tranqüilas
No leito dos lagos
No leito dos lagos...

Água dos igarapés
Onde Iara, a mãe d'água
É misteriosa canção
Água que o sol evapora
Pro céu vai embora
Virar nuvens de algodão...

Gotas de água da chuva
Alegre arco-íris
Sobre a plantação
Gotas de água da chuva
Tão tristes, são lágrimas
Na inundação...

Águas que movem moinhos
São as mesmas águas
Que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra
Pro fundo da terra...

(2x)
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água...






Declaração Universal dos Direitos da Água
Rio de Janeiro, 22 de Março de 1992

A presente Declaração Universal dos Direitos da Água foi proclamada tendo como objetivo atingir todos os indivíduos, todos os povos e todas as nações, para que todos os homens, tendo esta Declaração constantemente no espírito, se esforcem, através da educação e do ensino, em desenvolver o respeito aos direitos e obrigações anunciados e assomam, com medidas progressivas de ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e a sua aplicação efetiva.

Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta.Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.

Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta.Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.

Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.

Art. 4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.

Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.

Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.

Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.

Art. 8º - A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.

Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.

Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.

Histoire de L´Eau, Georges Ifrah, Paris, 1992

http://www.direitoshumanos.usp.br/counter/Onu/MeioAmbiente/texto/texto_7.html


Homenagem à Mulher que Faz a Diferença

Idéias e Ações
Informativo da Galera da EBM Osmar Cunha
Março de 2008
Nº 2


8 de março
Dia Internacional da Mulher
Homenagem à Mulher que Faz a Diferença

Movimento Cinturão Verde
Mulheres quenianas recuperam meio ambiente e constroem a Paz

As árvores de grandes regiões do Quênia foram substituídas por lavouras e pastagens comerciais, como ocorre agora na Amazônia.

O desflorestamento destruiu boa parte da biodiversidade e reduziu a capacidade das florestas de conservar água, um recurso bastante escasso na região.

Wangari Maathai disse que isso foi porque “O nosso povo foi historicamente persuadido a acreditar que, por ser pobre, também não tinha conhecimento e capacidade para enfrentar os seus próprios problemas. E esperavam soluções de fora”.


Para mudar isso, Wangari Maathai conscientizou e organizou grupos de mulheres. Elas plantaram mais de 30 milhões de árvores, o que gerou emprego, combustível, comida, abrigo, melhorou o solo e ajudou a manter as reservas de água.

A sua militância pacífica pela recuperação ambiental das florestas africanas foi reconhecida mundialmente em dezembro de 2004 quando ela recebeu em Oslo, na Noruega, o Prêmio Nobel da Paz.

Uma carreira de conquistas

A professora Wangari Muta Maathai nasceu em 1940 na cidade de Nveri, no Quênia, e foi a primeira mulher a obter um título de Doutora no Leste e no Centro da África. Em 1964 ela graduou-se em Ciências Biológicas em uma universidade no Kansas (EUA). Dois anos depois concluiu o mestrado na Universidade de Pittsburgh. Depois de realizar o doutorado na Alemanha, Wangari obteve Ph.D na Universidade de Nairobi onde lecionou anatomia animal.

De 1976 a 1987, Wangari participou ativamente do Conselho Nacional da Mulher do Quênia onde começou a mobilizar grupos de mulheres em torno da campanha para o plantio de árvores. Mais de 30 milhões de árvores já foram plantadas através do Movimento Cinturão Verde.

Atualmente, a Prêmio Nobel da Paz 2004 é vice - Ministra do Meio Ambiente do Quênia.

Família Humana precisa compartilhar recursos

Na África, relata Wangari, existem muitos conflitos por recursos naturais escassos e degradados. As pessoas lutam pelo que restou de terra, água, pastos e florestas. Para resolver estes graves conflitos, que estão gerando milhões de refugiados ecológicos em todo o planeta, a professora do Quênia defende uma consciência cada vez maior sobre três questões: sensibilidade ambiental, um bom governo democrático e paz.

A família humana, na avaliação da Prêmio Nobel da Paz de 2004, tem que enfrentar um fato muito grave: o meio ambiente é fundamental para alcançar a paz. Quando ele está degradado, as pessoas sofrem, pois não têm os recursos necessários para sobreviver. É preciso compartilhar os recursos naturais de forma eqüitativa para reverter a distribuição injusta de recursos que atualmente existe no mundo.

“Nós plantamos árvores para proteger o solo, prevenir a erosão, fazer as pessoas entenderem que a terra é um recurso natural importante. Quando o vento e a água produzem erosão, a terra está perdida para sempre. Mostramos para as pessoas que o solo onde elas plantam é fundamental para ter boas colheitas.”, ressalta Wangari.


“Plantem pelo menos dez árvores!”

A presidente do Movimento Cinturão Verde http://www.greenbeltmovement.org/
faz uma conta. Como cada pessoa emite gás carbônico, ela necessitaria plantar pelo menos dez árvores para zerar o seu impacto ecológico no planeta.

Wangari Maathai e as mulheres do Movimento Cinturão Verde tentam banir do Quênia as sacolas de plástico finas, pois seu descarte tem alto impacto ambiental, mas elas podem ser substituídas por sacolas reutilizáveis.

No Japão, ela está engajada em uma campanha chamada MutaiNai para conscientizar as pessoas sobre a necessidade de respeitar e agradecer pelos recursos naturais.

Por onde anda, a professora do Quênia dedica a sua vida à construção de uma paz ecológica.

Árvore: Símbolo de Paz

Em diversas comunidades africanas, ainda sobrevive uma antiga tradição.
Quando há um conflito, a pessoa mais velha planta uma árvore entre os dois lados em disputa.
Este cerimonial sinaliza o início da reconciliação entre as partes.

http://ecoamigos.wordpress.com/2007/10/20/wangari-maathai-plantando-a-paz-nas-florestas-da-africa/



8 de março
Dia Internacional da Mulher

Qual é o caminho para a Realização da Mulher em sua Vida?

Em minha opinião, para uma mulher se sentir relizada em sua vida, ela deve seguir os seus sonhos e fazer com que eles virem realidade.


Algumas sonham em se casar, ter filhos, ter uma casa para cuidar. Outras querem ter sua profissão, estudar, se sustentar com seu suor, serem independentes.

Outras, ainda, nem sabem o que querem da vida, vão “dançando” de acordo como a “música” toca, mas sempre atrás de sua felicidade.

Com o passar dos anos, a mulher foi evoluindo e hoje não existe mais essa coisa que mulher deve passar a vida “com a barriga no fogão”.

Agora as mulheres têm estudo e emprego, e estão em toda a parte, em todas as profissões, mesmo que ainda tenham que aguentar muito preconceito e machismo, mas lutando sempre para terem o que querem.
Fabiola F. Rizzon T 84




A mulher de hoje está mais independente. Antigamente ela devia ficar em casa cuidando dos afazeres domésticos e dos filhos, devia total obediência ao marido, não frequentava a escola e não tinha direito de votar.

Mas, os tempos mudaram. Hoje, além de cuidar da casa e da educação dos filhos, ela estuda, se especializa para ter uma profissão, tem direito de votar e, na maioria das vezes, é ela que opina sobre o que comprar para a família.

Toda mulher tem desejos diferentes. Algumas sentem-se realizadas por trabalharem e terem seu salário todo mês, outras por conseguirem tudo sem um marido, outras só se sentem realizadas quando casam se tornam mães.

Joanir Werner T 65



Mulher:
Uma das coisas maravilhosas que existem

A mulher, assim como o homem, também é muito importante. Ela cada vez mais está crescendo e se tornando livre. Antigamente, acreditava-se que a mulher não podia fazer muitas coisas e o direito era apenas dos homens. Com o passar do tempo, as mulheres foram quebrando esse preconceito e começaram a fazer coisas que só homem podia e sabia fazer. Assim, foram ocupando o seu lugar na sociedadade e hoje se realizam cada vez mais.

A mulher cada vez mais está se preocupando com o seu futuro. Na minha opinião, a mulher não precisa casar para se realizar, apesar de muitas acreditarem que precisam. Tem muitas maneiras de pensar, e isso é a mulher que vai decidir.

Graças às mulheres o país e o mundo estão crescendo e evoluindo. Por isso a mulher é tão importante, casada ou solteira.

Caridiane Malinoski T 65




O caminho para a realização da mulher em parceria com o homem é ter uma casa em um lugar tranquilo, com muitas árvores, plantas e rios, se casar com um parceiro calmo, para dar amor e completar sua vida, criar uma família com saúde e rica, e serem felizes.

O caminho da mulher é estudar, terminar a faculdade, realizar muitas amizades na sua vida, e ter um trabalho decente e normal.

Eu acho que essa é a realização que todas as mulheres deviam ter.

Se todas as mulheres tivessem essa vida, todas as pessoas do mundo seriam felizes, e não haveria guerras.

Breitner Pacheco T 84

Programa de Educação Musical Curricular

Prof. Ricardo Levi
Licenciado em Educação Artística
Habilitação em Música - UDESC

Canasvieiras
2008

A LDB[1] estabelece que o ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural d@s alun@s (Art. 26 § 2º.).

Os PCNs sugerem que “É necessário procurar e repensar caminhos que nos ajudem a desenvolver uma educação musical que considere o mundo contemporâneo em suas características e possibilidades culturais. Uma educação musical que parta do conhecimento e das experiências que o jovem traz de seu cotidiano, de seu meio sociocultural e que saiba contribuir para a humanização de seus alun@s.” [2]

Ross diz que “As aulas poderiam ser jam sessions, e os eventos, acontecimentos comunitários. Aulas de arte poderiam gerar uma dimensão artística na vida escolar. ”[3]

@ alun@ enquanto
Protagonista da Produção de Cultura Musical

Objetivo
Contribuir para o desenvolvimento do potencial do ser humano e instrumentalizá-lo para que el@, apropriando-se, reelaborando e criando conhecimentos, e desenvolvendo habilidades de expressão na linguagem artística musical, gradualmente se torne protagonista da produção cultural (musical).
Processo:

Quatro etapas que se sucedem percorrendo todos os elementos do Programa de Educação Musical num movimento helicoidal em ordem variável, até que gradualmente começa a haver coesão entre os conceitos e as práticas, de modo que se possa dizer que @ alun@ sabe e faz:

Estímulo / Desafio
Subsídio
Prática / Vivência / Produção
Avaliação / Mediação


Resultados Esperados:
As construções coletivas e apresentações / gravações de trabalhos musicais são conscientes e fundamentadas em conhecimentos sobre música.

Critérios de Avaliação:

Objetivo: Quantitativo:

A maioria d@s alun@s obtém avanços no sentido de fazer música organizadamente (tocar e cantar)

Subjetivos: Qualidade da Música
Entrosamento do Conjunto Soa bem
Ritmo / Balanço Afinado / Harmonioso

Objetivos Específicos e Conteúdos:

·Desenvolver a sensibilidade e a concentração para Ouvir e Apreciar música (Audição Significativa)

·Conhecer e ser capaz de manipular as Propriedades dos Sons (altura, duração, intensidade e timbre)

·Conhecer Elementos das Músicas (melodia, ritmo, dinâmica, andamento, harmonia), identificá-los ao ouvir música e expressar-se sobre eles

·Desenvolver a Capacidade de Criar e Improvisar, aplicando essas propriedades e elementos em Composições e Arranjos

·Conhecer e utilizar Notação Musical convencional (noções de leitura e escrita)

·Aprender e utilizar rudimentos da Técnica Vocal e Instrumental (cantar e tocar)

·Conhecer Repertório, Ensaiar, Gravar e Apresentar Peças Vocais e Instrumentais em níveis sucessivos de dificuldade (Coral, Bandas e Grupo de Percussão)

Processo:

·Vivências Significativas, Audições, Experimentações e Brincadeiras com a Voz, o Corpo e Instrumentos, Individualmente e em Grupo

·Subsídios, Conceituação

·Reflexão Conjunta, Estabelecimento de Relações, Compreensão.

·Oficinas de Composição, Arranjo, Ensaios (Prática Individual e de Conjunto) e Execução


Resultados Esperados:

·Capacidade de identificar Propriedades dos Sons e das Músicas, expressar-se a respeito delas e dominá-las durante performances.

·Compor, criar livremente ou de acordo com temas propostos e executar improvisos na forma de “Fill-Ins”, Diálogos Sonoros, Base e Solo

·Redação de letras de músicas

·Capacidade de registrar e ler Notação Musical (ditado e solfejo)

·Gravações / Apresentações - individualmente / em conjunto com concentração, entrosamento, relativa qualidade nas execuções vocais, e domínio dos instrumentos

@ alun@ enquanto
Cidadão/ã Consumidor@ Crític@ e Consciente de Cultura Musical

Objetivo:

Educar a sensibilidade, estimular o senso estético, apropriar-se de conhecimentos sobre a cultura musical e capacitar para consumir música de maneira crítica e consciente e, desse modo, contribuir para que se desenvolvam como cidad@s ativ@s e étic@s.


Objetivos Específicos e Conteúdos:

· Conhecer e contextualizar diferentes Estilos Musicais para ter uma visão geral das diferentes estéticas e culturas musicais no Brasil e em outros países, atuais e antigas, e refletir sobre o seu significado cultural no mundo de hoje para consumi-los crítica e conscientemente.

· Discutir sobre letras de músicas como subsídio para desenvolver Senso Crítico, Valores Éticos e Cidadania.

· Desenvolver a capacidade de apreciar e respeitar estilos diferentes sem preconceitos (inclusividade).

Processo:

· Apreciação (Audição Significativa)

· Pesquisa

· Subsídio, Conceituação

· Reflexão Conjunta, Estabelecimento de Relações, Compreensão


Resultados Esperados:

· Redação de Textos, Letras de Músicas, Poemas, Mensagens, Comentários, Críticas

· Apresentação de Seminários, gravações, vídeos, imagens, PPT, etc.

· Desenvolvimento de Cidadania e Valores Éticos

· Flexibilidade nas atitudes para com estilos musicais que não conhece ou não gosta, respeito ao diferente e tolerância quanto ao que não concorda.

Objetivos propostos para @s alun@s

Desenvolver o potencial de Fazer Música

1. Criar Letras e Músicas
2. Ler e Escrever Partituras
3. Desenvolver Técnicas Instrumentais e Vocais
4. Fazer Arranjos
5. Tocar e Cantar – Ensaiar Repertório
6. Executar individualmente e em grupo –
Apresentações e Gravações

Desenvolver a Compreensão da Música

7. Ouvir e fazer música conscientemente.

Desenvolver as nossas qualidades como seres-humanos: o Respeito, o Diálogo e a Inteligência

Participar das decisões da Escola e do Bairro

Nos divertirmos e sermos Felizes

(Não confunda com fazer bagunça)

Fazermos a diferença.


Materiais

Caderno exclusivo para letras de músicas (tem que durar até o fim do ano e ser trazido em todos os encontros)

As anotações das outras atividades podem ser numa partição do caderno normal (o ideal para a boa organização d@ estudante é o “fichário”)

Caderno pautado para música pequeno.

Audição Significativa e Produção de Textos

Promovemos a audição de músicas cuja letra tenha conteúdos que estimulem a reflexão. Desafiamos, então, @s estudantes, com uma ou mais perguntas, a produzirem individualmente ou em grupo textos sobre o assunto.

Quando nos entregam o material produzido, normalmente não “corrigimos” os erros, e sim garimpamos os seus “acertos”, ou seja, idéias, reflexões, valores, relações e propostas. O critério para a hierarquização que fazemos com estes textos é, portanto, a qualidade destes elementos.

Num próximo encontro damos retorno a@s alun@s sistematizando no quadro todas as percepções, idéias, valores, críticas e propostas, valorizando a qualidade das colocações d@s estudantes e possibilitando que o grupo se aproprie coletivamente daquilo que era individual.

Desta forma, não estamos dando aula, e sim estimulando, mediando e subsidiando o processo em que, enquanto grupo, compartilhamos nossos conhecimentos e aprendemos juntos um@s com @s outr@s.

Construímos, assim, uma relação de respeito, uma valorização recíproca e um ambiente de interlocução e cognição.

As 10 Chaves para Fazer a Diferença:

Temos este gabarito ético para desenvolvimento de habilidades sociais presente em todos os encontros. Tod@s tem potencial e temos a proposta de que tod@s o desenvolvam tornando-se pessoas que procuram fazer a diferença na escola e na sociedade, através de ações que buscam o bem comum.

1. Interesse, Vontade, Curiosidade
2. Concentração, Reflexão, Pensamento
3. Respeito, Dignidade, Consideração
4. Escuta (em silêncio),
Diálogo (fala um por vez),
Debate Coletivo de Idéias
5. Responsabilidade, Compromisso
6. Organização
7. Cooperação, Solidariedade
8. Alegria
9. Ação
10.Resultados, Avaliação


Oficinas Culturais -
Prática de Conjunto e Coral

Justificativa

O trabalho da Educação Musical se insere no contexto da Cultura.
No momento convencional em sala de aula são dados subsídios e criadas situações em que @s alun@s se desenvolvem culturalmente. No entanto, a consolidação deste desenvolvimento não se pode dar nesse contexto de obrigatoriedade curricular, pois necessita de um comprometimento d@ alun@, fruto de uma decisão interna que tem que ser tomada em liberdade.

Portanto, é necessário um momento extra-classe ao qual @ alun@ vai por sua própria vontade consolidar o seu desenvolvimento cultural, entre colegas com as mesmas intenções.

Operacionalização

Neste tempo extra, a organização do espaço também é diferente da cotidiana, quebrando a estrutura rígida e hierárquica de carteiras lineares orientadas ao centro, o qual deixa de ser @ professor@. A orientação passa a ser circular, privilegiando o protagonismo d@s alun@s, que então, motivad@s e responsáveis, dialogam, se organizam e realizam as práticas culturais.

O professor, estimula, media e subsidia este processo. No início, mais centralizadamente e ativamente e, com o desenvolvimento d@s alun@s, se afasta do primeiro plano e se torna cada vez mais espectador da ações destes.

O espaço e o tempo para esta produção e fruição cultural é a Sala de Artes, no sábado durante a Escola Aberta.

Recursos: Serão utilizados os instrumentos da escola: Quantidade e Tipo

02 Timba
01 Xilofone
01 Afoxé
05 Tamborim com baqueta
03 Agogô
04 Chocalho de Tubo
02 Pares de Baquetas
02 Triângulos Grandes
02 Xiquexique
01 Contrabaixo Elétrico
02 Tarol
01 Prato de Fanfarra
01 Meia Lua
Flautas
Pandeiros
Bateria
Guitarra
Contrabaixo

Um dos frutos deste trabalho, denominado Rap com Banda, pode se integrar com as oficinas de Dança de Rua (Break) e as de Arte Comunitária (Aero Arte e Graffite), atualmente desenvolvidas na Escola Aberta com a comunidade.

Resultados
Esse trabalho culmina com apresentações para a comunidade.

Avaliação e Nota em Educação Musical

Considerações

Há a premissa de que, no contexto do currículo escolar, a Educação Musical não visa prioritariamente produzir artistas nem apresentações artísticas de alta qualidade, isso seria uma conseqüência pontual.
O objetivo é que @ alun@ entre em contato com o repertório cultural da humanidade e, através de vivências e do subsídio do professor, vislumbre a possibilidade de protagonizar a produção de Cultura e Arte e de consumi-las de modo consciente.
Isso implica uma prioridade maior no desenvolvimento dos processos do que nos produtos.
Apesar de que, avaliar produtos tende a ser mais simples do que avaliar processos, são estes, e não aqueles, os que priorizamos na Avaliação em Educação Musical.
É um desafio lidar com todas as variáveis para avaliar verdadeiras conquistas, e mais difícil ainda é transformar essa avaliação em números.

O critério utilizado para produzir as notas é:

Abaixo do mínimo: 5
Bom: 8
Mínimo: 6
Muito Bom: 9
Razoável: 7
Excelente: 10

Em nosso processo de desenvolvimento como professor, não dispomos ainda de uma ferramenta justa que contemple todas as variáveis e possa produzir notas com equanimidade. Portanto, nosso enfoque em avaliação não são as notas e temos nos concentrado na qualidade do processo de ensino / aprendizagem.

A premissa é que avaliação não é nota, e de que não há como desvincular avaliação de objetivo, conteúdo e metodologia, sendo estas as prioridades e aquela a conseqüência, portanto nossa sistemática de avaliação é subjetiva e intuitiva, mais grupal do que individual e, ao lado de certezas, buscamos respostas a muitas dúvidas sobre este processo.

Um impedimento ético para que se puna os fracassos d@s alun@s com notas baixas é que estes são em grande parte responsabilidade nossa, do sistema educacional e da própria sociedade. Por essa razão a matéria Educação Musical não tem a perspectiva de reprovar ninguém.

Acreditamos que muito mais que avaliar @s alun@s, devemos avaliar a nós mesmos como educadores, pois não é correto o dogma de que o fracasso na aprendizagem é responsabilidade do alun@, podendo muitas vezes ser d@ professor@. Deve-se refletir em profundidade o que significa o fato de que a relação com @s alun@s é um campo de aprendizagem para @ professor@. Para nós como professor, ensinar é um grande projeto de pesquisa desenvolvido a partir da pergunta: - O que preciso aprender para dar uma contribuição de qualidade ao processo de desenvolvimento d@s noss@s alun@s enquanto seres humanos capazes de apreender a realidade que @s cerca e intervir nela de modo ético? Isto significa que somente na medida em que caminhamos na busca da resposta à esta pergunta é que podemos, pelo exemplo, contribuir para a aprendizagem d@s alun@s.

Com esse objetivo, são utilizadas seis questões todos os trimestres para balizar o andamento do processo de ensino / aprendizagem, avaliando o curso, meu desempenho como educador e a auto-avaliação d@s alun@s.
A meu ver, a recompensa que @ alun@ tem pelo seu desenvolvimento não é a nota, e sim a própria conquista, que @ motiva e estimula a aprender e a realizar mais. Avaliação é então um elemento para correção de curso, de feed-back para mim mesmo, uma contribuição para aperfeiçoamento do processo ensino-aprendizagem, não seu objetivo.

Mesmo expressando e esclarecendo sistematicamente essas idéias e propostas, ainda assim, devido à “cultura da escola”, @s alun@s vaiam alguém que emite som na pausa e ainda colam em exercícios, o que impede de saber a realidade, se estão dominando os processos. Por isso afirmo e repito constantemente a eles que em nossos encontros todos estão autorizados a errar, que eu também erro, que o erro é o caminho da aprendizagem.

Portanto, em nosso ponto de vista, avaliação não é aferição, nem classificação, nem ferramenta de busca por erros e a conseqüente punição. Quanto aos erros, o objetivo da avaliação não deveria ser encontrá-los, e sim diagnosticar suas causas, para que no processo de crescimento d@s alun@s com @ professor@, deixem de ser cometidos, dando o necessário espaço para novos erros diferentes. A avaliação é um instrumento pedagógico para aperfeiçoamento do processo de ensino - aprendizagem. Por isso, quando avalio meus alun@s procuro, valorizo e dou retorno dos acertos, já que eles são o objetivo da aprendizagem e esse é o meu trabalho.

Assim a avaliação pode contribuir para aprendizagem aumentando a auto-estima e o entusiasmo da busca do conhecimento e da verdade.

Notas

1. Individual:
Ø Ditados de Sons
Ø Treino de Coordenação
Ø Provas Escritas

2. Coletiva: Execuções:
Ø Vocais: Coral
Ø Leituras com Instrumentos

3. Pontos:
Ø Positivos

a) Textos (idéias, criatividade, coerência, propostas, valores, inteligência)
b) Iniciativas
· de Expressão (contribuições criativas e inteligentes ao trabalho)
· Comunitárias (ações para o bem comum)

Ø Negativos: advertências

a) Ações que atrapalham, atrasam ou impedem o trabalho coletivo e o
desenvolvimento do grupo;
b) Falta de respeito para com @s colegas, @ profess@r ou a escola.

Educando para a Sustentabilidade Sócio-Ambiental

Propostas para pesquisa, reflexão,
discussão e implementação pelo Coletivo de Professor@s (2008)

Cultura de Paz
Educação Ambiental
Interdisciplinaridade

Cultura de Paz

“(Nas Escola Inovadoras,) ... as noções de justiça e autoridade são colocadas claramente, existindo uma construção compartilhada de regras, normas, pactos de convivência e de cuidado com o bem público. Assim, quando uma escola é pichada, os próprios alunos revoltam-se e organizam um tipo de mutirão não só para limpá-la, mas também discutir amplamente a situação.”

Escolas Inovadoras: Experiências bem-sucedidas em Escolas Públicas / Miriam Abramovay et alli. – Brasília: UNESCO, 2003

Esta frase expressa as duas vertentes que, integradas, viabilizam o funcionamento da Cultura de Paz.

Por um lado, “noções de justiça e autoridade são colocadas claramente, existindo uma construção compartilhada de regras, normas, pactos de convivência e de cuidado com o bem público”, ou seja, os famosos LIMITES muito claros para todos. Na Escola Básica Municipal Osmar Cunha isto certamente será proporcionado pelo Regimento Interno, cuja elaboração e aprovação pela Comunidade é prioridade máxima neste início de ano.

Pelo outro lado, “os próprios alunos revoltam-se e organizam um tipo de mutirão não só para limpá-la, mas também discutir amplamente a situação”. Surge, então, a pergunta: Como é que se constrói esse clima? Que atitudes são necessárias para se chegar a tal nível de consciência e respeito pelo bem comum?

De acordo com Abramovay et alli, não são medidas repressivas enérgicas nem ações de impacto. São pequenos gestos e atitudes no cotidiano: “A questão da violência é trabalhada no dia-a-dia com todo mundo, nas pequenas ações e atitudes, no tratamento com as pessoas, no afeto com o semelhante. Aqui, todos fazem esse trabalho. (...) Ninguém agride quem lhe trata bem: nem criança, nem jovem, nem adulto. Eu não quero agredir quem me dá afeto. É possível conviver com muitas pessoas sem ser agressivo. Todas essas posturas estão integradas às atividades curriculares.”

Propostas:

1. Elaboração e aprovação pela Comunidade do Regimento Interno

2. Leitura do texto Escolas Inovadoras: Experiências bem-sucedidas em Escolas Públicas (resumo em anexo, download da íntegra: http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001317/131747por.pdf)

3. Reflexão, discussão e implementação pelo Coletivo de Professor@s de alguns dos referenciais propostos pelo texto

Educação Ambiental

1. Vivência pelo coletivo de professor@s do conceito de Sustentabilidade

2. Filme “Uma Verdade Inconveniente” de Al Gore

3. Reflexão, discussão e aplicação na grade curricular sob a forma de temas geradores


Interdisciplinaridade

Possibilidades:

1. Projeto Integrador (ex. em anexo – “Uma escola unida contra o apagão”)

2. Calendário Sócio-Ambiental (em anexo) discussão e definição de uma ou mais datas significativas social ou ambientalmente para que os trabalhos de tod@s @s profs possam convergir e as matérias resultarem em uma produção cultural.

3. Participação no Plano Diretor através do Núcleo Distrital e da assessoria técnica do IPUF.

Leitura Comunitária e Currículo

“... o Sistema Educacional tem muito que se beneficiar com a participação das crianças e jovens no PDP, no que se refere tanto à sua formação política e cidadã quanto à formação do saber científico. As pesquisas e estudos necessários para a elaboração do Plano Diretor podem ser eixos temáticos que passem a integrar e vitalizar o conteúdo das disciplinas como geografia, história, ciências, português, matemática, educação física e artes.

Ao pesquisarem para conhecer o local onde vivem, com suas questões e seus problemas, os estudantes serão os mediadores da entrada da realidade na sala de aula, trazendo o interesse por assuntos significativos relacionados à sua vida cotidiana.

Projetos interdisciplinares podem aumentar a qualidade da Educação, integrando áreas de conhecimento, aumentando o interesse, conectando a Escola com a Cidade da qual faz parte e resultando em produções e ações por parte dos alunos e suas famílias.”
O JOVEM E A CIDADE

Proposta de participação dos alunos da Rede Educacional no Plano Diretor da Cidade de Florianópolis - http://www.floripareal.org.br/

Download completo:

http://www.floripareal.org.br/downloads/outrostextos/FloripaReal_Projeto_OJovemEaCidade_Ricardo%20Levi.pdf

A palavra é União

É Hora de Darmos as Mãos e Vivermos em Comunhão com a Natureza
Portela 4ª colocada 2008
Reconstruindo a Natureza,
Recriando a Vida:
O Sonho Vira Realidade

Compositores: Ari do Cavaco, Ciraninho, Celsinho de Andrade, Diogo Nogueira e Júnior Scafura

Eu sou a água, sou a terra, sou o ar
Sou Portela
Um sonho real, um grito de alerta
A natureza que encanta a passarela

Segue os passos do criador
Vai minha Águia Guerreira
Leva essa mensagem de amor
De Oswaldo Cruz e Madureira

Água, fonte eterna da vida
Terra, templo da evolução
O homem surgiu, brincou de criar
Descobriu tanta riqueza
É preciso progredir sem destruir
Viver em comunhão com a natureza

2 X
É o rio que corre a caminho do mar
A flor que se abre na primavera
Do ventre a esperança que vem renovar
O sonho de uma nova era

É hora de darmos aos mãos
Lutarmos pro mundo mudar
O líder de cada nação
Precisa parar pra pensar
A palavra é União
Pra reconstruir o nosso lar

Brasil, teu verde é o símbolo da vida
Renova a tua energia
Meu coração é o meu país
O sol vai brilhar e anunciar
Um futuro mais feliz

Eu sou a água, sou a terra, sou o ar
Sou Portela
Um sonho real, um grito de alerta

BRIDGE MUSIC


Hear the first music composed for Bridge

Joseph Bertolozzi's Bridge Music is a series of public concerts featuring Bertolozzi’s original music performed live on a suspension bridge using the bridge itself as the instrument.

Slated for 2009 to coincide with the 400th anniversary of Henry Hudson’s historic first voyage, Bertolozzi will play the Mid-Hudson Bridge which spans the Hudson River at Poughkeepsie, integrally incorporating one of New York’s landmarks while using the river and mountains themselves as his theater.

The railings, spindles, fences, trusses, suspension cables, and in fact every part of the bridge except the roadway (which will be left open to traffic) will sing and pulse as Bertolozzi's vibrant, site-specific compositions expand the boundaries of known music-making.

I. The MusicAs an analogy, the bridge represents an ensemble including xylophones, chimes & bells (vehicular guard-rails, handrails, panels, and spindles), metallic drums (trusses, towers), rasps (fencing, grates), anvils (cable, girders), bass guitars and marimbas (suspenders) and deep, sustained organ-like tones (traffic light supports blown from actual pipe organ wind chests).

Using contact microphones to minimize the outside noise that would be picked up by normal microphones [such as traffic, birds, etc], the intent is to use the sounds of the bridge as performed upon by twenty percussionists from a written score “as is,” as amplified from the source without further modification or tonal synthesis, though some reverb effects, primarily the selection of a “room sound” to unify the disparate elements, would be introduced judiciously.

Also, a separate set featuring electronically processed bridge sounds may be composed to illustrate what an “electric bridge” can sound like, but it would still be performed live. The entire suite will end with an original song setting performed by a Native American singer standing atop one of the towers facing west towards the rest of America, creating another new genre, that is, solo voice with bridge accompaniment.

There will be multiple performances in September, 2009 in conjunction with the Hudson River Arts Festival. The performances will comprise a 45-60 minute suite of exhilarating and beautiful music. It will reflect the spirit of human achievement with a modern sensibility, attaining the highest artistic standards while remembering that it is music for a civic celebration.

II. The Audience

A. Locally the live performances will be experienced in the form of audio and video feeds to parks on both sides of the river. This will include large screens from which the audience can view the musicians, with panoramic and close-up views of the bridge itself.

B. The concert would also be available as a live radio/web/cable/TV simulcast transmitting the event around the globe.

C. The performances may be edited into a program for follow-on broadcast and retail activity.

III. The SiteThe attributes of the site include

A. A beautiful bridge of human rather than superhuman scale in a majestic natural setting.

B. Accessible public parks on both sides of the river near major roads and mass transport systems.

C. A bridge with walkways upon which the musicians can be safely positioned.

FINAL NOTE

The bridge’s designer, Ralph Modjeski, was a highly skilled pianist (he was a classmate of the famous Polish virtuoso Paderewski).

He ultimately chose engineering as his profession and became one of the 20th century’s greatest bridge designers.

Both as a pioneering engineer and a musician who loved the music of his own time, he would be intrigued to experience this boundary-shattering synthesis involving his beloved bridge and the music of our time.

Photo: © 2006, Spencer Ainsley for The Poughkeepsie Journal

BRIDGE MUSIC

Title: Bridge Funk (From "Bridge Music")
Year Composed: 2006
Duration: 00:02:16
Ensemble Type: Unspecified

Instrument(s): Ensemble
Instrumentation Notes

The Mid Hudson Bridge, a suspension bridge spanning the Hudson River at Poughkeepsie NY, rigged with contact microphones.

This is not an electronically enhanced recording. All sounds were sampled from the Mid Hudson Bridge in Poughkeepsie, NY and used directly in this demo to pitch my project BRIDGE MUSIC to The New York State Bridge Authority.

Upon hearing the demo, NYSBA granted permission to pursue the project and it is currently in development for 2009.

I intend to compose a 45-60 minute suite to be played live with twenty percussionists.

Using the same contact mics used in the sampling process heard on this recording, the music will be fed to speakers on the shores of both sides of the Hudson River, with a simulcast on radio, cable, web, and tv.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Orquestra de Legumes

Cultura
bbc brasil
Orquestra austríaca faz música com legumes e verduras
Plantão Publicada em 19/11/2007 às 11h36m
BBC

Antes de cada apresentação, os músicos de uma das orquestras mais inusitadas do mundo vão à feira em busca de matéria prima para seus concertos - legumes e verduras, a partir dos quais eles constróem seus instrumentos.

No fim de cada apresentação, os instrumentos da "Primeira Orquestra Vienense de Legumes" acabam na panela, e o público pode apreciar uma sopa preparada com eles.

A orquestra se apresenta na Grã-Bretanha na próxima semana, no Festival de Música Contemporânea de Huddersfield.

A orquestra só toca com instrumentos vegetais e usa, por exemplo, castanholas de berinjela, flautas de cenoura ou instrumentos de percussão recheados de feijão.

Um instrumento chamado "pepinofone" consiste de um pepino perfurado com uma embocadura de cenoura e um pimentão oco na extremidade.
A orquestra não desperdiça comida: no fim da apresentação, o público é convidado a tomar uma sopa feita com os restos dos instrumentos.

Artefatos de cozinha como um liquidificador e um ralador de queijo também são usados durante o show.

O grupo de onze artistas toca música a sério - desde compositores clássicos como Igor Stravinski até melodias modernas do grupo de rock eletrônico Kraftwerk.

A orquestra roda o mundo com seus instrumentos vegetais e já tocou na Ásia e no renomado festival de música de Salzburgo.

© British Broadcasting Corporation 2006. Todos os direitos reservados.
http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2007/11/19/327218416.asp


Quem quiser ouvir esse som, me escreve que eu envio o MP3.


Cenoura e alho viram instrumentos musicais em Londres
Orquestra foi formada há cinco anos
Maria Luísa Cavalcanti

No lugar de flautas, cenouras. Em vez de violinos, talos de alho-poró. E no palco onde se apresentam os maiores nomes da música clássica mundial, a Primeira Orquestra de Legumes de Viena.O inusitado grupo realizou três concertos no Purcell Room, no South Bank Centre, uma das principais salas de concertos de Londres, está com a agenda preenchida com apresentações em várias cidades européias e lança seu segundo CD em março.


Nessa orquestra, um pimentão vira um oboé, pepinos são tocados como trompetes e uma abóbora se torna um tambor perfeito.Depois de as músicas serem executadas, os “instrumentos” vão para um caldeirão fumegante colocado ao lado do palco, e o público é convidado a tomar a “sopa musical” no final do espetáculo.

Cozinha

A idéia para essa orquestra não poderia ter surgido em outro lugar senão na cozinha da casa onde vivem vários integrantes do grupo, há cinco anos.“Enquanto cozinhávamos, também brincávamos com os legumes.

Então começamos a experimentar o que poderia funcionar como instrumento musical e, três meses depois, realizamos nosso primeiro concerto”, disse Barbara Kaiser, uma das integrantes da orquestra, à BBC Brasil.Os espetáculos realizados em Londres fizeram parte de uma semana dedicada a eventos para crianças, mas Barbara insiste que o principal público da Orquestra de Legumes de Viena são os adultos.“No nosso segundo CD, estamos explorando mixagens com música eletrônica”, afirmou. “Acho que este é um caminho que pode agradar muito aos adultos.”

Quando perguntada se o grupo consegue ser levado a sério, Barbara respondeu que sim. “No início dos concertos, as pessoas não contêm os risos ao ver a gente tocando com os legumes”, admitiu. “Mas pouco depois reconhecem que aquilo é música e ficam quietas para escutar.”

Sopa musical

Como toda boa sopa, a que a Orquestra de Legumes de Viena oferece ao público após o espetáculo leva algumas horas para ficar pronta.Antes dos concertos, os instrumentistas vão pessoalmente à feira escolher os legumes.Depois passam cerca de duas horas preparando os “instrumentos”.

As cenouras, por exemplo, são cortadas em diferentes tamanhos e perfuradas com uma furadeira elétrica.Para fazer um “pepineridoo” – uma réplica do instrumento aborígene australiano djidjeridoo – os músicos retiram toda a polpa de um pepino.

Um concerto da Orquestra de Legumes de Viena não dura mais que uma hora, tempo exato para que os “instrumentos” cozinhem, antes de ser servidos.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/cultura/030220_legumesml.shtml
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/11/071119_orquestravegetalmc.shtml

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Educação Cultural

Quando acaba o ano escolar, o que resta da vivência do colégio?
Papéis com notas? Aprovações, reprovações?
Isso é o que a educação convencional produz?

Minhas experiências e reflexões me desafiaram a fazer uma Educação cujo resultado sejam apresentações, músicas, letras, expressão oral e escrita, reflexão, insights, cognição, transformações, emoções, alegria e ternura.
Uma Educação Cultural.
Mão à obra!